terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Clarissa Corrêa

Da série "coisas que eu gosto de ler e compartilhar", apresento para quem ainda não conhece a Clarissa Corrêa, gaúcha, natural de Rio Grande. É super receptiva e simpática. Escreve maravilhas e compartilha através do seu blog e tem um livro publicado. Seus textos são também daqueles que quase sempre parecem feitos para você. Muitas vezes me pego lendo e pensando que tudo é tão próximo da minha realidade que parecem escritos para mim!

"Clarissa é Clarissa porque um dia a dona Clara leu um livro e decidiu que assim seria. E assim foi. Depois de passar pelas faculdades de Direito e Psicologia, decidiu fazer o que mais ama: escrever.
A gaúcha escreve crônicas, contos, receitas, bilhetes, cartas, cartões, títulos, textos e, se bobear, até bula de remédio. É redatora publicitária e autora do livro de crônicas Um Pouco do Resto."














Nome: Clarissa Corrêa Silveira
Apelido: Minha família e amigos me chamam de Ciça. O pessoal do trabalho me chama de Cla. Esses são os mais comuns.
Idade: 30 anos.
Profissão: Escritora e Publicitária.
Música: Sailing.
Livro: O meu :)  E todos do Caio Fernando Abreu.
Filme: Bonequinha de Luxo. E todos de mulherzinha.
Lugar que gosta de estar: Minha casa. E adoro viajar para lugares diferentes.
Mulher bonita: Heidi Klum. Ela é linda e cheia de estilo.
Homem bonito: O meu :) Mas acho que tem que ser famoso, né? Gerard Butler.
Qualidade: Honestidade. Ela vem do fundo, mas me trai de vez em quando.
Defeito: Impulsividade. Sou impulsiva demais.
Frase: "As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz - se não tiver, a gente inventa." (Caio F. Abreu)
Como você se sente recebendo tantos comentários das pessoas dizendo que você escreveu o texto para elas, ou que leu seus pensamentos...? Me sinto feliz de verdade. E em paz. Vejo que valeu a pena ter deixado o Direito e a Psicologia para trás para correr atrás das letras. É uma delícia ver que a gente faz diferença no dia a dia das pessoas, que causa algum tipo de emoção na vida delas. É intenso e bonito.
Qual teu grande sonho? Quero escrever muitos livros ainda. E roteiros também. Isso tudo me encanta, sabe? Se eu não tivesse que pagar a conta de luz certamente ia viver escrevendo. Também quero viajar pelo mundo e ter uma filha chamada Isabela.

"Certas dúvidas sacodem minhas certezas. Certos passos em falso abalam meu caminhar. A gente é tão pequeno, tão humano, tão simples. E a vida, meu amigo, é tão complexa, complicada, difícil. Será mesmo? O amor é tão simples. Um mais um é dois. E assim vamos somando. Mas e a vida? E o dia a dia? O amor e a cabana vão bem, obrigada. Mas a vida real grita lá fora, toca meu rosto e diz: o futuro pertence ao futuro. Ninguém sabe o que virá. E é isso que pouco a pouco mata. Ou, enfim, é o que nos faz lutar para sobreviver todos os dias."

A Clarissa atualmente é redatora publicitária e trabalha numa agência de propaganda.

"Não acho que o amor perdoa tudo. Acredito, sim, que ele pode ser mais forte que qualquer coisa. Ele vence tudo, enfrenta qualquer parada. Mas tudo isso só acontece quando você quer e se permite. A gente precisa se dar uma chance de vez em quando. Alguns vivem com os olhos fechados, sonhando, ao invés de despertarem e enxergarem o que está ao lado deles. O amor é imperfeito, cheio de manias e muitas vezes é um baita mal educado. E tudo bem, pois penso assim: se de vez quando não acordo em um bom dia, por que o amor deveria? A gente se cobra muito e, consequentemente, cobramos coisas do amor. Esquecemos que o amor não nos deve nada. E que devemos, sim, pedir perdão. Amar é ter que pedir perdão quando a gente faz burrada. Quem não faz uma merda de vez em quando? Quem não erra? Se a gente ama, a gente quer que o outro esteja bem. Se a gente pisa na bola e fere o outro, queremos que ele nos perdoe. Por isso, amar é pedir desculpa quando magoamos quem mora dentro da gente. Love Story, você não sabe de nada."

Fã de Caio Fernando de Abreu, seguiu a carreira de escitora e redatora depois de cursar alguns anos da faculdade de Direito e outros tantos na Psicologia. Concluiu o curso Formação de Escritores e Agentes Literários, na Unisinos.

"Tem gente que encara tudo com uma seriedade absurda. A gente deve rir mais da vida e das desgraças. É claro que às vezes a coisa enrosca, aperta, complica, pesa. Mas tem que saber dar a volta por cima, rir, rir, rir. Rir absurdamente. Rir desajeitadamente. Rir escandalosamente. Inventar um riso e rir pra ele. Inventar um riso e rir dele mesmo. Inventar e rir de si mesmo."

"Todo mundo vai te decepcionar, sabia? Sua mãe, seu pai, seu marido, sua amiga, seu vizinho. Todo mundo um dia vai fazer uma merda federal e ferrar com tudo que você sonhou. A gente tem tantos sonhos, tantas verdades floridas e bonitas. Meu Deus, como eu queria uma vida cheia de cor. Meu Deus, como eu queria uma realidade mais doce. Mas não. A vida é meio amarga, azeda, meio de verdade. Isso assusta, assusta, mas a gente precisa ser forte.
Sabe de uma coisa? Não, você não sabe. Vou te contar. Eu ando tão sensível. Precisando assim de uma palavra suave, de um gesto inesperado - e belo. Você consegue me surpreender de um jeito bom? Diz que sim, preciso tanto de você. Que coisa louca essa: a gente precisa de alguém. Mas, sabe, a gente sempre precisa de alguma coisa que nos coloque no eixo. Ando meio fora dos trilhos, se é que você me entende. Andei pensando na vida - é, sei que isso dá calafrios. Mas percebi que não adianta protelar. Preciso agir, agir, agir, largar essa pureza tosca, maldita, essa pureza pura, bonita e seguir. Eu preciso, por favor, me dê tapas fortes na cara, eu preciso entender que existe uma parcela de gente que é filha da puta, que mente, que engana, que trapaceia."













"Um Pouco do Resto" é o livro de crônicas que, como diz no site, aborda a delícia e a loucura de ser mulher. Fala de amor, sonhos, encontros, desamores, vontades, desejos. Indicada para homens também!
Para adquirir, basta entrar em contato com a autora pelo e-mail clariscorrea@gmail.com.

"Eu dizia que andava vendo coisas feias. Desculpa de novo, mas tem coisa que não cabe em mim. Não consigo acreditar, desculpa, não consigo. Desculpa, não vou mais me desculpar nem tentar ser o que não sou. Desculpa, eu sou assim, continuo do mesmo jeito, sigo acreditando naquelas coisas tão bonitas, tão puras, tão minhas, tão suas. Mas estou perdendo a fé no romantismo. Juro, eu tô matando isso em mim bem devagar. Como pode, como é que pode as pessoas não perceberem que o amor é uma coisa tão essencial? Me explica isso. Uma amiga ligou contando coisas que se fosse comigo, sei lá. Sabe? Sei lá. Pelo que entendi, ela estava conversando com o namorado e lá pelas tantas ele disse que "o amor é aqui (e apontava para a cabeça), assim como o sexo, assim como tudo mais. É tudo aqui ó (na cabeça), o coração é apenas um músculo." Ela ficou chocada. O amor não é aqui, nem na minha cabeça nem na sua. O coração é um músculo, sim, mas o amor vem de dentro, minha gente. E não é da cabeça, pois se o nosso lado racional controlasse tudo é evidente que controlaria nossas vontades, ímpetos, impulsos e, é claro, nosso sentimento mais nobre. Não tem como fugir do amor, a cabeça não domina, não controla, não consegue domar. Outra amiga contou que estava em um momento de romance com o marido e fez aquela pergunta boba que as mulheres adoram fazer você-me-ama e ele olhou pra ela e perguntou "Você se ama? Tem certeza disso? Porque a gente tem que se amar, o amor-próprio é o amor mais importante". Que coisa horrível. Que coisa horrível. Que coisa horrível. Todo mundo sabe que pra amar alguém a gente tem que se amar. Lembro sempre da aeromoça: "Em caso de despressurização da cabine, máscaras cairão automaticamente à sua frente. Coloque primeiro a sua e só então auxilie quem estiver ao seu lado." Para ajudar alguém a gente precisa estar bem. Simples assim. Para amar alguém a gente precisa ter amor pra dar. E só tem amor pra dar quem se ama."


"Eu assumo com a maior naturalidade: vivo fugindo. Adoro fugir. Sim, eu sou covarde. Clarissa é um ser humano. Clarissa tem falhas. Ainda bem, já pensou se eu não falhasse nunca? Vamos voltar ao X da questão: fuga. Sou uma fujona assumida. Já fugi dos meus sentimentos. Já fugi pra não sofrer mais tarde. Fugi por medo de sofrer mais tarde. Fugi para me perder. Me esquecer. Recordar. Reviver. Transcender. Renascer. Ressurgir. Já fugi de mim e já fugi de ti.
Também já usei muitas coisas como fuga. Na hora de tomar decisões e de resolver questões sérias já arrumei um canto pra me esconder. Já usei livros como fuga, filmes, pintura, pessoas, lugares, álcool, armadura, escudo, proteção e até mesmo terapia. Não vou detonar a psicanálise, nem psicoterapia, nem nenhum tipo de terapia. Mas aprendi uma coisa: só funciona se tu quiseres mesmo. Nenhum profissional te dá o mapa da mina. Tampouco te indica caminhos. Tu descobres sozinho e se estiveres com vontade. Do contrário, nada feito. Também aprendi que a gente nunca recebe alta. Já viu alguém ter alta? Eu nunca. As pessoas se cansam, enchem o saco e acabam "se dando" alta. Se depois de 7 anos de terapia tu não resolveu os teus problemas, sei não...só fiz um ano. E fui embora. Foi fuga? Fugi de quem? De nada, apenas cansei."


Quer saber mais e conhecer os textos da Clarissa Corrêa? Acesse:
http://www.wix.com/clariscorrea/site
http://clarissacorrea.blogspot.com
http://twitter.com/umpoucodoresto
http://www.facebook.com/clariscorrea

7 comentários:

  1. Putz...Muito Fã da Clarissa..!!!
    Ela simplismente diz o que eu não consigo dizer..Traduz o que penso..

    ResponderExcluir
  2. Ela é demais!Escreve coisas que te fazem pensar:
    _Putz, era isso que tentava falar, mas não achava palavras!
    Adorooooo demais!

    ResponderExcluir
  3. Não conhecia a Cacá, se bem que ela também não me conhece. Mas ao ler seus manuscritos me senti tão íntima a ponto de não saber no decorrer da leitura se suas palavras eram dos seus pensamentos ou dos meus próprios. INcrível.

    ResponderExcluir