quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O laço e o abraço


Maria Beatriz Marinho dos Anjos, perfeita na tradução dos sentimentos mais complexos na forma mais simples. Hoje lembrei do texto do laço.
Ter laços, criar laços, refazer laços, manter laços... e os nós? Nada de nós.
Os nós pressionam, prendem, sufocam.
"Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!"
Não importa de que tipo de relação estamos falando: amor, amizade, pais e filhos, colegas. Qualquer relação de excessos cansa. A leveza deve dar o tom e acompanhar o desenrolar dos acontecimentos ao longo do tempo e do espaço.





"Meu Deus! Como é engraçado!

Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o
laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de
braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido,
em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.

Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.

E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah! Então, é assim o amor, a amizade.

Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço
afetivo, laço de amizade.

E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum
pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...

Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.

Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!"

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