quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia do Amigo

Dia 20 de julho é o DIA DO AMIGO. Já recebi algumas mensagens, e-mails, li muitos textos bonitos. Tinha guardado um do Vinícius de Moraes para usar, e chegou a hora!
Dia destes escrevi sobre a facilidade que temos de dizer que temos muitos amigos através das redes sociais. Eu não me atrevo. Tenho muitos conhecidos nas redes sociais. Tive também o privilégio de reencontrar muitas pessoas queridas que fizeram parte de épocas importantes da minhas vida e que por motivo ou outro deixaram de fazer parte dela todos os dias... mas que não pelo mesmo motivo deixei de gostar ou querer bem.

Tenho as minhas amigas irmãs, que não precisam de nada para saber se estou bem ou mal... elas apenas sabem. Que riem e choram comigo, que me ensinam a falar palavrões, que me dizem quando estou errada e eu não fico brava, que têm toda a liberdade do mundo para ser exatamente o que são comigo e eu com elas, e todas somos felizes assim! Tenho as minhas amigas mães, que se sentem exatamente assim com relação a mim, me cuidam, dão conselhos, puxam a orelha, igualzinho a mãe mesmo. Tem os amigos homens com os quais a gente aprende muito. Tem os da escola dos quais a gente sente muita saudade e lembra com muito carinho. Tem os da faculdade que já não vejo há muito tempo, e que também sinto saudades. Os do trabalho, os de hoje, os de ontem, os de sempre.
Amigos.
Amigos de fé, de verdade, de todos os dias são poucos mesmo.
Os para quem temos coragem de mostrar os maiores defeitos e as maiores qualidades também. Mas eles existem. AINDA BEM!
E para vocês, queridos, fica o texto AMIGOS do poeta Vinícius de Moraes:



"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. 

Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar. 

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. 

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure. 

E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é,
em síntese, dirigida ao meu bem estar.

Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda furiosa da vida
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os."


Pode parecer um texto meio louco, meio exagerado, talvez até dramático. Mas aí eu te pergunto: tens amigos de verdade?

Um comentário:

  1. Vanesca, adorei o texto e o blog também! Quando der, acessa o meu: www.minhavidacomopedrinho.blogspot.com Beijo,
    Fran.

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