domingo, 27 de janeiro de 2013

Só dor

Que dia horrível.
Depois de uma noite de pesadelo para mais de mil jovens que estavam em uma casa noturna em Santa Maria, fico aqui calada lendo notícias, vendo fotos. Fechada na minha indignação, no meu pensamento que insiste em lembrar que também tenho dois filhos.
Que destino o destes 232 já confirmados mortos em uma tragédia sem precedentes na nossa história.
Que destino o destes pais, como o que perdeu duas filhas e agora vai cuidar das netas.
Que destino o destes pais que, desesperados, ligavam para os filhos em busca de notícias e o toque dos seus celulares ecoava no ginásio onde seus corpos eram colocaos para posterior identificação.

Do jornalista Gustavo Krieger: "De todo o noticiário sobre a tragédia de Sta. Maria, um detalhe especialmente triste. Funcionários do IML contam que os celulares resgatados nos corpos das vítimas não param de tocar. Por trás de cada chamado, um pai, irmão ou amigo em busca de uma boa notícia que nunca virá".

E que angústia, ao ser chamado ao reconhecer seu filho ou filha, ter o pedido de telefonar novamente para o telefone... pois muitos telefones foram colocados em cima dos corpos pois era o que havia para identificação. E desta vez o pedido de que o telefone não toque.
Se estava lotada ou não, se tinha saídas de emergência suficientes para dar vazão ao número de pessoas que estavam lá... nada vai trazer de volta os que já se foram.
Infelizmente todos sabem como a nossa justiça funciona.
Muito, muito triste.



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