quarta-feira, 29 de abril de 2015

É proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.
É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
(Pablo Neruda)


sexta-feira, 24 de abril de 2015

Que assim seja!!!

Me deparei agora com este texto do Carpinejar, Oração para Amar.
Amar, gostar, querer alguém bem... não gosto de dar nome aos sentimentos, sentir é melhor.

Oração para amar
(Fabrício Carpinejar)

Que eu não troque a sinceridade pelo orgulho,
que minha saudade seja maior que a teimosia,
que não finja que sou forte,
que não tema minha exposição,
que procure ser honesto com o que sinto ainda que custe sofrer mais,
que eu não seja dramático com o tempo contra,
que tenha paz em mim para não me ofender com as diferenças.
E, principalmente, que somente meu coração decida, mais nada, mais ninguém.
Amém.

Fácil falar (escrever), um pouco mais difícil fazer.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Voando

“Tem gente que não se importa em ficar a vida inteira no mesmo lugar, tem gente que não consegue nem ficar oito horas em uma mesma sala. Tem gente que nasceu com raízes, outros com asas. Você é do tipo que vai ou do que fica?”
Chegou a hora!
Mudar. Buscar o novo. Oportunidade. Loucura. Coragem. Saudade. Preocupação. Otimismo. Desapego. Reencontro. Se permitir, deixar acontecer. Despedida – lágrimas! Bagagem. Levar, deixar. Mais despedidas. Contar os dias. Em pouco mais de 6 meses, uma busca, um telefonema, algumas pesquisas e uma decisão: por que não tentar? Decisão tomada. Quanta coisa para fazer! E, agora, tudo feito... chega a hora de ir. Comecei a contar os dias e eles passaram assustadoramente rápido. E a sensação era ambígua: que passasse rápido para ir logo, mas ao mesmo tempo devagar para aproveitar cada minuto até a ida. Muito louco tudo isso. Nasci e cresci em Passo Fundo. Foi aqui que estudei (desde a Pingo de Gente até a FGV), trabalhei e construí minha história profissional, conheci muitas pessoas, fiz vários amigos... creio que poucos desafetos. Ir embora não significa deixar simplesmente tudo pra trás. Ir embora significa dar a oportunidade para coisas novas acontecerem, em outro lugar – um pouquinho mais longe. Significa sair da zona de conforto literalmente e colocar as mãos na massa novamente com um olhar diferente, permitir alguns recomeços e dar uma chance aos filhos de ter uma vida cheia de oportunidades e quem sabe muito mais qualidade de vida. Sou grata a tudo que fiz, aprendi e vivi aqui durante todo este tempo. Muito grata. E não vou embora com o sentimento de “alívio”. Muito de mim fica aqui.
Com certeza o mais difícil é dizer “tchau” aos mais próximos, com quem se convive mais de perto e que o contato e o convívio diário farão falta... o olho no olho, do abraço e do carinho, das brincadeiras e papos sérios também... do chimarrão no final da tarde, das visitas marcadas e dos balões recebidos, das jantas, almoços e cafés na padaria, das jantas com as “divas” regadas a muitas histórias impublicáveis, dos papos de salão, dos colegas – e muitos AMIGOS – do trabalho, das visitas nas lojas das amigas, visitas aos clientes – que também se tornam amigos, de andar na rua e conhecer “todo mundo”, da sensação de que na próxima quadra vai encontrar mais um ou outro amigo e espichar o papo mais um pouco... de entrar em lugares que frequentou desde criança e com os quais tem vínculos e memórias afetivas eternas...
Lá... bom, lá eu não sei como será! Imagino. Comento com os mais próximos que sei bem da diferença cultural, das diferenças de comportamento e tratamento, de idioma – se fazer entender no início, a adaptação no geral... tudo será um processo. Periga eu sair “conversando até com os postes”. O estranhamento ao diferente não me assusta... me encanta muito mais as infinitas possibilidades que tudo isso carrega em si. Enfim, sim: sou inquieta, sempre em busca de respostas. Isso é meu. Sorte ter como parceiros de vida nesta fase meus filhos e minha irmã – tão corajosos, questionadores, cheios de vontade e observadores do mundo quanto eu!
“É difícil aprisionar os que tem asas”, disse o poeta. Também é difícil arrancar os que são feitos de raízes.”