domingo, 27 de setembro de 2015

Quase

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."
Sarah Westphal

quarta-feira, 29 de abril de 2015

É proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.
É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
(Pablo Neruda)


sexta-feira, 24 de abril de 2015

Que assim seja!!!

Me deparei agora com este texto do Carpinejar, Oração para Amar.
Amar, gostar, querer alguém bem... não gosto de dar nome aos sentimentos, sentir é melhor.

Oração para amar
(Fabrício Carpinejar)

Que eu não troque a sinceridade pelo orgulho,
que minha saudade seja maior que a teimosia,
que não finja que sou forte,
que não tema minha exposição,
que procure ser honesto com o que sinto ainda que custe sofrer mais,
que eu não seja dramático com o tempo contra,
que tenha paz em mim para não me ofender com as diferenças.
E, principalmente, que somente meu coração decida, mais nada, mais ninguém.
Amém.

Fácil falar (escrever), um pouco mais difícil fazer.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Voando

“Tem gente que não se importa em ficar a vida inteira no mesmo lugar, tem gente que não consegue nem ficar oito horas em uma mesma sala. Tem gente que nasceu com raízes, outros com asas. Você é do tipo que vai ou do que fica?”
Chegou a hora!
Mudar. Buscar o novo. Oportunidade. Loucura. Coragem. Saudade. Preocupação. Otimismo. Desapego. Reencontro. Se permitir, deixar acontecer. Despedida – lágrimas! Bagagem. Levar, deixar. Mais despedidas. Contar os dias. Em pouco mais de 6 meses, uma busca, um telefonema, algumas pesquisas e uma decisão: por que não tentar? Decisão tomada. Quanta coisa para fazer! E, agora, tudo feito... chega a hora de ir. Comecei a contar os dias e eles passaram assustadoramente rápido. E a sensação era ambígua: que passasse rápido para ir logo, mas ao mesmo tempo devagar para aproveitar cada minuto até a ida. Muito louco tudo isso. Nasci e cresci em Passo Fundo. Foi aqui que estudei (desde a Pingo de Gente até a FGV), trabalhei e construí minha história profissional, conheci muitas pessoas, fiz vários amigos... creio que poucos desafetos. Ir embora não significa deixar simplesmente tudo pra trás. Ir embora significa dar a oportunidade para coisas novas acontecerem, em outro lugar – um pouquinho mais longe. Significa sair da zona de conforto literalmente e colocar as mãos na massa novamente com um olhar diferente, permitir alguns recomeços e dar uma chance aos filhos de ter uma vida cheia de oportunidades e quem sabe muito mais qualidade de vida. Sou grata a tudo que fiz, aprendi e vivi aqui durante todo este tempo. Muito grata. E não vou embora com o sentimento de “alívio”. Muito de mim fica aqui.
Com certeza o mais difícil é dizer “tchau” aos mais próximos, com quem se convive mais de perto e que o contato e o convívio diário farão falta... o olho no olho, do abraço e do carinho, das brincadeiras e papos sérios também... do chimarrão no final da tarde, das visitas marcadas e dos balões recebidos, das jantas, almoços e cafés na padaria, das jantas com as “divas” regadas a muitas histórias impublicáveis, dos papos de salão, dos colegas – e muitos AMIGOS – do trabalho, das visitas nas lojas das amigas, visitas aos clientes – que também se tornam amigos, de andar na rua e conhecer “todo mundo”, da sensação de que na próxima quadra vai encontrar mais um ou outro amigo e espichar o papo mais um pouco... de entrar em lugares que frequentou desde criança e com os quais tem vínculos e memórias afetivas eternas...
Lá... bom, lá eu não sei como será! Imagino. Comento com os mais próximos que sei bem da diferença cultural, das diferenças de comportamento e tratamento, de idioma – se fazer entender no início, a adaptação no geral... tudo será um processo. Periga eu sair “conversando até com os postes”. O estranhamento ao diferente não me assusta... me encanta muito mais as infinitas possibilidades que tudo isso carrega em si. Enfim, sim: sou inquieta, sempre em busca de respostas. Isso é meu. Sorte ter como parceiros de vida nesta fase meus filhos e minha irmã – tão corajosos, questionadores, cheios de vontade e observadores do mundo quanto eu!
“É difícil aprisionar os que tem asas”, disse o poeta. Também é difícil arrancar os que são feitos de raízes.”

domingo, 22 de março de 2015

Coma os morangos

Eu assisti uma palestra do Roberto Shinyashiki e ele contou essa história. Não esqueci mais dela. E hoje, não por acaso, lembrei.

"Talvez, ao me ouvir falar em felicidade, você se pergunte se eu não tenho problemas, se tudo dá sempre certo para mim, se nunca passei por uma grande dificuldade que me tenha deixado marcas, como ocorre com a maioria das pessoas.
É claro que sim, sou como todo mundo. Tenho angústias, fico estressado, as pessoas às vezes me traem, mas eu procuro comer os morangos da vida.

Um sujeito estava caindo em um barranco e se agarrou às raízes de uma árvore. Em cima do barranco havia um urso imenso querendo devorá- lo. O urso rosnava, mostrava os dentes, babava de ansiedade pelo prato que tinha à sua frente. Embaixo, prontas para engoli-lo, quando caísse, estavam nada mais nada menos do que seis onças tremendamente famintas. Ele erguia a cabeça, olhava para cima e via o urso rosnando. Quando o urso dava uma folga, ouvia o urro das onças, próximas dos seus pés. As onças embaixo querendo comê- lo e o urso em cima querendo devorá- lo. Em determinado momento, ele olhou para o lado esquerdo e viu um morango vermelho, lindo, com aquelas escamas douradas refletindo o sol. Num esforço supremo, apoiou seu corpo, sustentado apenas pela mão direita, e, com a esquerda, pegou o morango. Quando pôde olhá- lo melhor, ficou inebriado com sua beleza. Então, levou o morango à boca e se deliciou com o sabor doce e suculento. Foi um prazer supremo comer aquele morango tão gostoso. Deu para entender? Talvez você me pergunte: "Mas, e o urso?" Dane-se o urso e coma o morango! "E as onças?" Azar das onças, coma o morango! Se ele não desistir, as onças ou o urso desistirão. . .

Às vezes, você está em sua casa no final de semana, com seus filhos e amigos, comendo um churrasco. Percebendo seu mau humor, sua esposa ou
seu marido lhe diz: "Meu bem, relaxe e aproveite o Domingo!"
E você, chateado, responde: "Como posso curtir o Domingo se amanhã vai
ter um monte de ursos querendo me pegar na empresa?"
Relaxe e viva um dia por vez: coma o morango.
Problemas acontecem na vida de todos nós, até o último suspiro.
Sempre existirão ursos querendo comer nossas cabeças e onças a arrancar nossos
pés. Isso faz parte da vida e é importante que saibamos viver dentro desse cenário.
Mas nós precisamos saber comer os morangos, sempre. A gente não pode
deixar de comê- los só porque existem ursos e onças.
Você pode argumentar: "Eu tenho muitos problemas para resolver."
Problemas não impedem ninguém de ser feliz.O fato de ter que conviver com chatos não é motivo para você deixar de
gostar de seu trabalho. O fato de sua mulher estar com tensão pré-menstrual
ou seu marido irritado com o dia-a-dia não os impede de tomar sorvete juntos.
O fato de seu filho ir mal na escola não é razão para não dar um
passeio pelo campo.
Coma o morango, não deixe que ele escape. Poderá não haver outra
oportunidade de experimentar algo tão saboroso. Saboreie os bons momentos.
Sempre existirão ursos, onças e morangos. Eles fazem parte da vida.
Mas o importante é saber aproveitar o morango. Coma o morango quando ele
aparecer. Não deixe para depois. O melhor momento para ser feliz é agora.
O futuro é uma ilusão que sempre será diferente do que imaginamos.
As pessoas vêem o sucesso como uma miragem. Como aquela história da
cenoura pendurada na frente do burro que nunca a alcança.
As pessoas visualizam metas e, quando as realizam, descobrem que elas não trouxeram felicidade.
Então, continuam avançando e inventam outras metas que também não as
tornam felizes. Vivem esperando o dia em que alcançarão algo que as deixará
felizes. Elas esquecem que a felicidade é construída todos os dias.
Lembre- se: A felicidade não é algo que você vai conquistar fora de você. . ."

Filhos são como pipas

"Os filhos são como pipas,
você os ensinará a voar,
mas não voarão o teu vôo.
Os ensinará a sonhar, mas não sonharão teu sonho.
Ensinará a viver, mas não viverão a tua vida.
Porém em cada vôo, em cada sonho,
e em cada período de suas vidas,
permanecerá para sempre
os rastros de teus ensinamentos.
Que seus vôos sejam sempre
altos, leves, livres e direcionados
por Deus."

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Do tamanho de formigas

A vida nos presenteia, vez ou outra, com pessoas especiais que têm um olhar diferente do mundo, da vida e das coisas. Pessoas como minha ex-vizinha Rosana, a quem pude conhecer melhor no Bazar que realizamos antes de ir embora pois, apesar de vizinhas, a loucura da vida não tinha nos permitido um bom papo. Ela viveu também fora do país e apesar de não morar mais no mesmo prédio continua presenteando com suas mensagens e hoje, em especial com o texto que segue. Tão propício ao dia de hoje e às mil coisas que passaram na minha cabeça por alguns momentos do dia de ontem.
À Rosana, meu abraço e meu muito obrigada!

É preciso ir embora
do blog Antônia no Divã

Ano passado, na festa de despedida de uma amiga, ouvia calada e com atenção seu dolorido discurso sobre o quanto ela se preocupava com a decisão de ir embora. Dizia se preocupar com a saudade antecipada da família, com a tristeza em deixar um amor pra trás e com a dor de se afastar dos amigos. Ela iria embora para Londres com tantas incertezas sobre cá e lá, que o intercambio mais parecia uma sentença ao exílio.

Dentre dicas e conselhos reconfortantes de outras amigas, lembro-me de interromper a discussão de forma mais fria e prática do que gostaria:
“Quando você estiver dentro daquele avião, olhar pra baixo e ver todas estas dúvidas e desculpas do tamanho de formigas, voltamos a falar. E você vai entrar naquele avião, nem que eu mesma te coloque nele.”
Ela engoliu seco e balançou a cabeça afirmativa.

Penso que na época poderia ter adoçado o conselho. Mas fato é que a minha certeza era irredutível, tudo que ela precisava era perspectiva. Olhar a situação de outro ângulo, de cima, e ver seus dilemas e problemas como quem olha o mundo de um avião. Óbvio, eu não tirei essa experiência da cartola. Eu, como ela, já havia sido a garota atormentada pelas dúvidas de partir, deixando tudo pra trás rumo ao desconhecido. Hoje sei que o medo nada mais era do que fruto da minha (nossa) obsessão em medir ações e ser assertiva. E foi só com o tempo e com as chances que me dei que descobri que não há nada mais libertador e esclarecedor do que o bom e velho tiro no escuro.

Hoje a minha amiga não tem mais dúvida. Celebra a vida que ela criou pra ela mesma lá na terra da rainha, onde eu mesma descobri tanto sobre minha própria realeza. Ironicamente – e também assim como eu – ela aprendeu que é preciso (e vai querer) muitas vezes uma certa distancia do ninho. Aprendeu que nem todo amor arrebatador é amor pra vida inteira. Que os amigos, aqueles de verdade, podem até estar longe, mas nunca distantes. Hoje ela chama o antigo exílio de lar, e adora pegar um avião rumo ao desconhecido. Outras, como eu, e como ela, fizeram o mesmo. Todas entenderam que era preciso ir embora.

É preciso ir embora.

Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua pegada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso.

É preciso ir embora.

Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…”com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”.

Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.

As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são – do tamanho de formigas.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O mundo não é maternal

Mais um da série "li, amei, postei", da sempre perfeita Martha Medeiros.

"É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto. Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é um erro de cálculo. Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos. O mundo quer defender o seu, não o nosso.
Mãe também quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.
O mundo nos olha superficialmente. Não consegue enxergar através. Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento. O mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de bolo feito em casa.
O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não pára para nos ouvir. O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego.
Mãe é de outro mundo. É emocionalmente incorreta: exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção. Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto que o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, seleciona os mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo.
Mãe é de graça!"

Fiz o que fiz...

"Fiz o que quis e fiz com paixão. 
Se a paixão estava errada, paciência.
Não tenho frustrações, porque vivi como em um espetáculo. 
Não fiquei vendo a vida passar, sempre acompanhei o desfile”
Mario Lago


sábado, 14 de fevereiro de 2015

Loucos e Santos

São tantas as almas que cruzam o caminho ao longo do tempo... Porém, algumas insistem em ficar de alguma forma vinculadas às nossas. São estas almas os amigos - irmãos de alma. Aqueles que escolhem conviver com o pacote completo, ajudam nas revisões, encaram as melhores e as piores etapas do lado. 

Loucos e Santos, por Oscar Wilde

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril."


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Escrevo

Escrevo para que possa saber.
Escrevo para te falar.
Escrevo para te decifrar.
Escrevo para te acariciar.
Escrevo para não te esquecer.
Escrevo para confessar o que não consegui falar.
Escrevo porque ainda é tempo.
Escrevo para que nunca seja tarde.
Escrevo para encostar meu coração no teu.
Escrevo meia dúzia de palavras, um sentimento que voa, uma música insistente, uma rima para sempre.
Escrevo com tanta força que marca o papel. Igualzinho o sentimento que me leva a escrever.
Escrevo e sorrindo penso que você às vezes lê. Será?

texto: Ita Portugal
imagem: © John Smith/Corbis

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Steve Jobs

“Your work is going to fill a large part of your life, and the only way to be truly satisfied is to do what you believe is great work. And the only way to do great work is to love what you do.”



"Your time is limited, so don’t waste it living someone else’s life. Don’t be trapped by dogma—which is living with the results of other people’s thinking. Don’t let the noise of others’ opinions drown our your own inner voice. And most important, have the courage to follow your heart and intuition. They somehow already know what you truly want to become. Everything else is secondary."

“I have looked in the mirror every morning and asked myself: ‘If today were the last day of my life, would I want to do what I am about to do today?’ And whenever the answer has been ‘No’ for too many days in a row, I know I need to change something.”

Os fracassos de Michael Jordan ... e os nossos!

Recebi este texto hoje por e-mail e tive certeza que deveria compartilhar aqui. Enviado pela Gestora de RH da empresa em que presto consultoria - Ana Paula, que aliás manda várias inspirações para os colegas de empresa.
"Errei mais de 9.000 cestas e perdi quase 300 jogos. Em 26 diferentes finais de partidas fui encarregado de jogar a bola que venceria o jogo... e falhei. Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que sou um sucesso." (Michael Jordan Thomas)
Se o maior jogador de basquete da história, responsável pela quebra de praticamente todos os recordes mundiais desse esporte, aceita e supera cada falha, cada fracasso, e ainda diz que foram eles que o tornaram um sucesso mundial, por que tanta preocupação com os erros que você cometeu na semana passada, no mês passado, no ano passado ou no último final de semana?

Se seus erros tiverem sido graves, se você tiver machucado física ou emocionalmente alguém, reflita sobre isso, mude seu comportamento agora, e carregue o aprendizado e a cicatriz em seu coração. Isso tornará você uma pessoa melhor hoje e amanhã, já que o ontem não pode ser mudado.

Mas agora, uma nova semana está começando. Um novo jogo. Um novo time. Um novo prêmio. Assim é a vida. Quando acordou, hoje pela manhã, o Treinador colocou você para mais um campeonato no jogo da vida. Talvez você erre a cesta, como Michael Jordan.Talvez você erre o gol (Pelé errou muitos), mas cada erro, cada falha deve ser usada por você para aprender melhor o caminho, para encontrar em sua mente o Poder Pessoal que vai colocar seus pés no pódio da vida. E fazer diferente da próxima vez!

Outras pessoas viram seu erro? E daí?! Será que havia câmeras transmitindo seus erros para 100 milhões de pessoas, ao vivo? Pessoas que contavam com você. Improvável. Mas quando Michael Jordan erra, milhões de pessoas se lembram.

Se Michael Jordan não se deixa desanimar por um erro cometido na frente de 100 milhões de pessoas (e registrado para a história), porque você se deixaria desanimar pelos seus? Use cada erro como uma escada para fazer a coisa certa. Peça desculpas, descanse, volte ao treinamento e inicie uma nova partida. Sua quadra é em casa, com sua família, no trabalho, na escola, com sua alma gêmea ou em todo lugar em que você esteja nos próximos sete dias. Mesmo quando sua única platéia é seu espelho.

E lembre-se do que Jordan diz: "Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que eu sou um sucesso". O que Jordan quer dizer é que não é possível alcançar o sucesso sem passar pelo fracasso. Deixe-me repetir isso: não é possível. Até quando nascemos, as lágrimas chegam antes dos sorrisos.

Não se deixe abater!

Ao terminar essa frase, o jogo vai começar. O Treinador está olhando. Dê o melhor que puder. Respire profundamente, sorria... e boa sorte!

(Autor desconhecido)

domingo, 18 de janeiro de 2015

Sobre estar apaixonado

"As pessoas sempre se perguntam como fazer para passar da paixão para o amor. Será que isso é importante? Muita gente considera a paixão como um sentimento menor, passageiro, um estado de estupidez.
Ao contrário, a paixão é o estado de maior sabedoria e de saúde do ser humano. Quando você está apaixonado, não perde tempo com bobagens que tomam energia e tiram a paz sem razão alguma. As preocupações tolas, simplesmente desaparecem.
A paixão deixa as pessoas imunes a seus condicionamentos. Quando você está apaixonado, os olhares críticos perdem a força, e o mau humor dos outros se torna engraçado. Em época de paixão não existem as palavras “impossível, “é difícil”, “pode ser”.
O que existe é “vou lutar até conseguir!”.
Pessoas apaixonadas, como que por encanto, conseguem descobrir sua força e criar soluções, mesmo nos momentos mais desafiadores. Quando você está apaixonado tem a sensação de ser uma outra pessoa.
É comum não se identificar com sua imagem “antiga”.

A paixão muda as pessoas. Não para algo novo, mas para algo que já havia dentro delas e que, de repente, encontrou um jeito de se libertar!"

Sobre Raízes e Asas

Conforme as pessoas ficam sabendo da nossa mudança, vão repassando e compartilhando textos, experiências, informações. É muito legal.
Este texto foi enviado pela Bibi Iorczeski, que morou 5 anos na Inglaterra.

O mundo está dividido em diversos tipos de pessoas: as que gostam mais do mar, as que preferem campo. As que esperam o inverno, as que aguardam com afinco o verão. E existem também as que ficam e as que vão.
Não é fácil ser do tipo que fica, nem do tipo que vai. Por vezes, quem fica sente vontade de ir, já quem vai, sente uma imensa vontade de ficar. É difícil entender que não há possibilidade de ter asas e raízes ao mesmo tempo, ou então jogar a âncora na areia e içar velas. Você faz ou um ou outro. Algumas raras pessoas conseguem mudar, afinal estamos em eterna mudança, mas é difícil aquietar algo que já vem dentro da gente.
Aqueles que ficam sentem-se bem assim, e abandonar – pessoas, lares, cidades, lembranças, é algo muito difícil. Quando a vida os incita a ir, eles preferem continuar ali. Por vezes, são chamados de acomodados – anos no mesmo emprego, anos com a mesma pessoa, nunca deixou sua cidade. E a vida, e o mundo? Esses questionamentos podem mexer com eles, atiçar algo em seus corações, mas quando olham a sua volta, apenas entendem. Podem ir, desde que a condição seja voltar, rapidamente. Eles querem ficar.
Ah, as pessoas que vão… Deixem-nas ir. Não significa que elas não amem, não sintam saudades, não se importem – apenas o coração delas é grande demais, e elas precisam sempre estar em expansão. Quando enclausuradas, sofrem muito. Não cabem em escritórios, não cabem em ternos, não cabem em si – movimento é a palavra de suas vidas. Alguns acham que esse tipo de pessoa é indecisa, inquieta e até frustrada, pois parecem estar sempre em busca de respostas. Não. Na verdade, pessoas que vão não se importam tanto com as respostas – seu combustível é feito pelas perguntas. Questionam o tempo todo, pensam o tempo todo, observam o tempo todo. Encantam-se pela quantidade de maravilhas que o mundo pode oferecer, seja em uma cidade da moda como Paris ou num boteco abandonado de esquina.
Acontece, por vezes, de pessoas que ficam se apaixonarem por pessoas que vão. Daí a vontade de içar e ancorar, criar raízes e voar, correr e ficar parado. Eu poderia aqui escrever conselhos, poderia dizer fica, vai, espera, aceita. Mas nada posso dizer. O amor é movimento, energia, é vida pulsando dentro e fora de nós, e exatamente por isso é muito pessoal. A única coisa que me arrisco em falar é: Sinta. Se permita. Amplie o sentimento, não guarde para si. E aceite o tipo de pessoa que o outro é também. “É difícil aprisionar os que tem asas”, disse o poeta. Também é difícil arrancar os que são feitos de raízes.

© obvious: http://lounge.obviousmag.org/coffee_is_my_boyfriend/2014/12/sobre-raizes-e-asas.html#ixzz3PDjeSdHn



Vem com tudo 2015!

Não vou fazer um balanço do ano que passou.
“Sabe porque o retrovisor é menor que o para-brisa? Porque o caminho que tens à frente é mais importante que o que deixou para trás.”
O caminho (com todas as experiências, sejam boas ou ruins) me trouxeram onde estou hoje fazem ser o que sou!!!
Só quero AGRADECER todas as oportunidades de crescer e aprender, todas as amizades novas (e tão especiais) e as que se mantiveram (e que são eternas e não há o que mude), todo o apoio e suporte da família (mãe, Tasha, Luís Henrique e João Renato), aos vizinhos do Condomínio e do Edf. Bellvedere (anjos, amigos, parceiros), ao pessoal da Gallo por todo aprendizado, à equipe da Pampa Veículos (parceria de trabalho maravilhosa, gratificante)… enfim… OBRIGADA.
2014 está fechando as portas e foi bem bom.
A vida é de quem se atreve a viver!
Vem com tudo 2015!

Vende-se tudo

Texto da Martha Medeiros que descobri agora e AMEI. 

“No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos. O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou: – Que coisa triste ter que vender tudo que se tem. – Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida. Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa. Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante. Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu. No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros. Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar. Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida. Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa. Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza: “só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir,” é melhor refletir e começar a trabalhar o DESAPEGO JÁ!
Não são as coisas que possuímos ou compramos que representam riqueza, plenitude e felicidade. São os momentos especiais que não tem preço, as pessoas que estão próximas da gente e que nos amam, a saúde, os amigos que escolhemos, a nossa paz de espírito. Felicidade não é o destino e sim a viagem.“