"A morte não é nada.
Eu somente passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.
Me dêem o nome que vocês sempre me deram,
falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,
eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste,
continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou,
siga em frente,
a vida continua,
linda e bela como sempre foi."
Escrever talvez seja a melhor forma de expressar sentimentos. É o meu caso. Escrevo porque gosto. Compartilho sentimentos e visões de mundo. O papel não responde, não condena, não julga. É também aqui o espaço onde divido o que gosto, minhas inspirações - dizem muito sobre o que sou e como penso. “Destino não é uma questão de sorte. É uma questão de escolha.”
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
sábado, 9 de novembro de 2013
Pequenos céus somados
Quem me mostrou este texto foi a Sumaia. Melhor, ela leu.
Ele é lindo, denso. Demais...
Obrigada!
Ele é lindo, denso. Demais...
Obrigada!
"O pássaro que voará mais alto é o pássaro que nunca desistiu de puxar a coleira.
Será a ave amarrada pelas patas que não se conformou com o confinamento da gaiola e que toda manhã esticará seu corpo até o máximo.
Até o máximo daquele dia.
Não pode se soltar, mas nem por isso se sentirá preso. Não é livre, mas nem por isso deixará de admirar a possibilidade de flanar.
Se não tem condições de brincar com as árvores, brincará com sua sombra.
Se não tem como brigar pela comida, valorizará o alpiste que recebe em sua tigela quebrando minuciosamente cada grão.
Se não tem vento para expor sua plumagem, baterá as asas para fazer vento em si.
Se não tem o sol na cara, levantará as unhas pelas barras das grades por um punhado de luz.
O pássaro que voará mais alto sempre é o que – enquanto não pode voar – canta, é o que – enquanto não pode subir – caminha, é o que – enquanto não pode planar – afia o bico.
Não reclamará da falta de opção, usará as opções que tem.
Não pode voar, mas treina seu voo esticando a coleira até o máximo. Até o máximo daquele dia.
Puxará a corrente ao limite. Somará pequenos céus com os centímetros de sua corrente.
Tudo o que voará depois será resultado de tudo o que andou em seus limites. Cinco passos repetidos à exaustão darão o condicionamento de quilômetros. Não estará destreinado para as alturas, já que exercitou seu fôlego no chão.
Não desistiu de avançar mesmo com a ausência de espaço. Não se restringiu a uma aparência apagada. Não se encabulou pelo sofrimento.
Quando não havia chance de sair dali, aproveitou a solidão para se conhecer.
Quando não havia com quem conversar, aproveitou o silêncio para afinamentos.
Deveria ser triste pelas suas circunstâncias, porém é feliz pelo temperamento.
Deveria ser melancólico pelo destino, porém é confiante no acaso.
O pássaro que desaparecerá um dia no alto das nuvens, como se fosse mais uma nuvem, foi o pássaro que jamais parou de tentar.
Só voará alto quem carregou suas penas.
Só voará alto aquele que criou seu lugar um pouco por vez, aquele que formou sua virtude em segredo, aquele que não culpou a vida para se manter parado.
Liberdade vem com o tempo, liberdade vem devagar, liberdade é esforço. Não ser do tamanho de nossa prisão, mas ser do tamanho de nossa vontade."
texto: Fabrício Carpinejar
imagens:© Torbjörn Arvidson/Matton Collection/Corbis e Divulgação
Prece
"A prece maior é ser feliz por nada. É agradecer por pouco. Amar até quem não nos ama. Respeitar limites, medos, e as diferenças. É perdoar ofensas, erros. É ter os olhos voltados para o sol. É ter o coração tranquilo. É levar uma semente de esperança onde a flor da vida já secou faz tempo. A prece maior, a gente não faz ajoelhado, a gente faz é sorrindo."
imagem: © Martin Benik/Westend61/Corbis
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